sábado, 29 de setembro de 2007

A Busca Comum

Entre milhares de espécies, uma se destacou: o humano. Um animal capaz de ignorar seus instintos a partir de reflexões. Esse aspecto que nos destacou é o aspecto que nos separa dos demais animais, nos deixando no posto de "racional".

Enquanto os outros animais agem através de instintos para a sobrevivência, nós humanos, além de buscá-la, também buscamos a felicidade.

Todos os humanos, instintivamente, buscam a sobrevivência, e racionalmente a felicidade, mas essa segundo pode ser encontrada de inúmeras possibilidades. Uma pessoa pode buscar a felicidade através de música e outra de amizades. Essa busca comum pode se contradizer de pessoa para pessoa, uma pode ouvir músicas que não gosta, apenas para conseguir as amizades, mas no caso o foco não está na música em si, como falei em outro post.

E o suicídio? Sim, eu falei que todos buscam a sobrevivência E a felicidade. Infelizmente, nem sempre a felicidade pode coexistir com a sobrevivência. Uma pessoa não consegue viver feliz e acaba entrando num conflito psicológico absurdo, que impede seus instintos e seu principal aspecto humano. O suicídio acaba sendo a solução.

Voltando ao foco principal, da busca comum, podemos ver que a sobrevivência, sendo instintiva, tende a ser imediata. Uma pessoa se com fome tenta saciá-la imediatamente, quando ela não pode comer, estando em aula, por exemplo; acaba por ativar seu lado humano e esperar. Isso não deixa de ser um conflito entre a sobrevivência e a felicidade, porém é muito menor que o do suicida.

A felicidade pode ser divida em dois grupos, basicamente: a imediata e a de longo prazo.

A imediata é a felicidade de jogar futebol, conversar... um prazer instantâneo. Já a de longo prazo, pode trazer momentos infelizes, porém visando uma recompensa maior: uma dieta, por exemplo. Uma pessoa gorda que emagrecer, pode odiar saladas e amar doces. Ela deixa de lado a prazer de comer um doce, e tem momentos ruins nas refeições. Quando os resultados vierem, uma felicidade geralmente maior virá, uma de longo prazo, no caso, emagrecer.

O prazer e a felicidade são distintos. Animais sentem prazer, a felicidade que nos distingue. O prazer muitas vezes acompanha a felicidade, mas nem sempre. Uma pessoa sente prazer em comer, come um monte. A felicidade não vem: a pessoa se sente culpada, gorda e por aí vai. Não quero que venha gente reclamando depois, então quero dizer que esse exemplo possui exceções, e eu sou uma delas.

Ao mesmo tempo em que ignoramos nossos instintos, tentamos camuflar nossas necessidades, para fazê-las ficarem mais... humanas. O cavalo que puxa a carroça faz a mesma coisa que nós fazemos no banheiro, uma necessidade, mas do nosso jeito parece muito menos grotesco. Não arrancamos carnes de animais e comemos como está, com as mãos. Compramos embalada no super, colocamos na nossa grelha patrocinada por um lutador famoso, e comemos com nossos garfos e talheres de aço inox.

Quanto mais camuflamos e nos afastamos dos nossos instintos, mais humanos nos tornamos. Infelizmente, não sei o momento em que nos diferenciamos dos demais animais, nem como isso aconteceu. Penso na sorte que tenho de pertencer a essa espécie que se destacou, de poder, em vez de caçar alimento, escrever este texto.

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